terça-feira, 24 de julho de 2012

Aprender a Ser Feliz



É inerente ao ser humano procurar a felicidade. Quando se pergunta a alguém o que busca na vida, é frequente ouvirmos "ser feliz". Não sendo a felicidade algo palpável, mas um estado e emoção, a tendência é visualizarmos o que nos poderia fazer felizes e ir em busca de algo ou alguém, de uma meta ou objectivo que concretize esse sentimento tão ambicionado. No entanto, quando a Psicologia estuda os níveis de felicidade das pessoas, nas mais diversas circunstâncias, conclui-se normalmente que os mais felizes e que revelam maior bem-estar emocional, são aqueles que de uma forma ou de outra, mais ou menos conscientemente, aprenderam a sê-lo. Isto significa que acrescentam mais valor na rotina e nas banalidades e pessoas do quotidiano, no que pode efectivamente manter-nos felizes de forma mais contínua, do que propriamente em momentos especiais, únicos e dificeis de alcançar.
Permanece ainda muito a ideia negativa de que a felicidade é alcançada apenas em alguns momentos pontuais da vida, como se na espaço entre esses momentos não pudessemos "exigir" manter níveis de contentamento que nos satisfazem e preenchem. Esta ideia demonstra o quanto este conceito pode ser subjectivo e depender essencialmente de como cada um de nós olha para a felicidade e para o que esta representa.
Esta aprendizagem começa por ser adquirida na infância, perante os modelos que observamos todos os dias. Se uma criança crescer num ambiente em que quem a rodeia se sente feliz, é muito provável que reproduza esse padrão e que tenha experenciado uma série de vivências simples que são suficientes para saber manter-se feliz na vida adulta. Outras vezes, pelo contrário, ter um passado de muitas dificuldades e infelicidades, pode fazer com que a pessoa aprenda, por oposição, a ter uma atitude positiva perante a vida.
Isto não exclui que, independentemente do passado que trazemos, todos nós passamos por momentos infelizes e por circunstâncias de vida muito dificeis de ultrapassar. Há factos e condições da vida que por si só são devastadores e nos quais a forma como vemos o mundo não nos protege do sofrimento.
Contudo, uma parte da infelicidade é acima de tudo uma incapacidade involuntária de detectar e corrigir o que permanentemente nos deixa infelizes, atraíndo situações que agravam esse padrão. É nesse sentido que a Psicoterapia permite a uma pessoa nestas circunstâncias, analisar e comprender quais as barreiras externas e internas que estarão a prejudicar a possibilidade de se sentir feliz.

Em baixo, um texto de Shakespeare. Aprendendo.

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar nao significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança… começas a aprender que beijos não são tratos, e presentes não são promessas... E nao importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisas saber perdoa-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais .
Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida.
Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tu tens na vida, mas quem tens na vida. (...)
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida, são tiradas de ti muito depressa; por isso, devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a ultima vez que as vemos. (...)
Aprendes que paciência requer muita prática (...)
Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu serás, em algum momento, condenado. Aprendes que nao importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo nao pára para que o consertes.
E finalmente, aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores.
E percebes que realmente podes suportar... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida! (...)
E só nos faz perder o bem que poderíamos conquistar, o medo de tentar!"


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