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Por vezes a comida assume um papel de redutor de ansiedade, em que a pessoa come mesmo que não tenha fome, como forma de aliviar esse estado emocional, obtendo assim uma fonte de prazer temporária. Se a ansiedade não for tratada, a pessoa vai continuar a utilizar este mecanismo para obter uma satisfação imediata. Torna-se um ciclo vicioso, porque por um lado a pessoa quer ter uma alimentação saudável, mas por outro é confrontada com estes acessos de "gula".
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Assim, podemos dizer que é devido aos factores psicológicos, que muitas pessoas tentam seguir uma dieta feita por técnicos de nutrição especializados, mas depois não conseguem cumpri-la durante muito tempo. Com a orientação nutricional, a pessoa sabe exactamente aquilo que deve ou não deve fazer, mas sente-se incapaz de manter essa dieta, e sente que "algo mais forte" a está a impedir de prosseguir.
Muitas vezes assiste-se a um sucesso rápido, em que inicialmente a pessoa consegue perder peso, mas com o passar do tempo é frequente que esta situação se inverta e a pessoa volte ao seu peso inicial ou ainda a um peso maior. Após sucessivas tentativas, há tendência a desistir, e a pessoa deixa de acreditar que algum dia conseguirá emagrecer.
Manter um peso saudável não pode ser encarado como um esforço ou um sacrifício enorme para toda a vida. Logo, se ao longo do tratamento nutricional e de reeducação alimentar, a pessoa tiver acompanhamento psicológico, as probabilidades de sucesso aumentam exponencialmente. Isto porque no acompanhamento psicológico são tratados diversos aspectos emocionais e comportamentais que actuam directamente na relação que a pessoa desde sempre se habituou a estabelecer com a comida. O objectivo passa por permitir a alteração de comportamentos que conduzam a uma melhor qualidade de vida, que é essencial não só na perda de peso, como na sua manutenção ao longo da vida.
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A Psicologia e a Nutrição devem estar de "mãos dadas", para que a pessoa tenha ao seu dispor todas as vertentes essenciais para um emagrecimento saudável. A Nutriçao ensina a saber comer e a Psicologia ensina a saber estar com a comida e consigo próprio(a).
Penso que a ajuda psicológica poderá ser a solução para a perda de peso de pessoas que sabem o que devem e não devem comer, mas que desistem muito facilmente desse objectivo. A minha questão é: Como é que convencemos essas pessoas a darem o primeiro passo e irem ao psicólogo?
ResponderEliminarInês
Olá Inês,
ResponderEliminarNa maior parte da vezes em que há um insucesso repetido na manutenção de uma dieta que seja essencial para a saúde de uma pessoa, existe algum factor a nível psicológico que não a permite concretizar esse objectivo. Contudo, é fundamental que seja a própria a reconhecer isso de forma a iniciar um acompanhamento com a motivação de que o emagrecimento que pretende parte também deste tipo de ajuda. Caso contrário, será encarado como mais uma obrigação (semelhante ás dietas anteriores), tornando-se mais um investimento sem retorno.
A desistência é muitas vezes acompanhada de defesas que arranjamos para justificar a dificuldade em emagrecer como por exemplo "o meu metabolismo é demasiado lento", " não tenho tempo para preparar as refeições", etc.
Falar sobre o assunto sem juízos de valor e fazendo a pessoa reflectir sobre o porquê de não conseguir avançar com a dieta poderá ser o primeiro passo.